O conhecimento filosófico se constrói quando se transcende a experiência negativa. O filósofo se caracteriza pela busca do real, que através do autoconhecimento, da sabedoria e movido por uma postura crítica, tenta modificá-la. É no contextualizar, problematizar e modificar a realidade que o filósofo se faz.
A filosofia como simples contemplação do universo é falsa e egoísta, pois o conhecimento intuitivo advindo da contemplação, como alternativa ao conhecimento empírico, se basta em si e, por ser hermético e pessoal, se torna difícil compartilhar. O discurso pragmático, como princípios do filosofar também falseia a prática, pois instrumentaliza a razão e a reduz a um intelectualismo, impedindo o contato com a experiência negativa. É no ato de questionar o mundo, numa postura de enfrentamento, que nos fazemos filósofos.
Então reflito: Como se ensina esse fazer? Como permitir o acesso à essa habilidade em grande escala?
Penso que há de se nascer interessado e observador ao ponto de ser um questionador desde cedo. Incentivar tal comportamento dentro do estudo atual é algo impossível mesmo porque a essência do filosofar esta justamente ligada a não ter pressa na observação.
E quem hoje se encontra disposto em dar tempo ao tempo?
Muitos mal olham para o nascer do sol ou para a formiga ao chão, quiça embrenhar-se me ideias alheias que não sejam as próprias. 😉